Marcos de Sertânia

 

 

Marcos de Sertânia é um talentoso artista de Sertânia - Recife. Com um trabalho marcado pela dramaticidade, Marcos expõe, através da madeira, a angústia provocada pela seca nos corpos de personagens severamente magros, descarnados, pronunciando o sofrimento e a desolação do sertão. Suas obras ficaram conhecidas principalmente pelos trabalhos que retratam a cachorra Baleia, personagem do livro de Graciliano Ramos ”Vidas Secas” (1938).

Imagem: Marcos de Sertânia, com sua principal obra, Baleia. Reprodução/Artesol

 

Na obra, além de toda a história da família de retirantes que luta contra as adversidades da região, Baleia, a cachorra da família, talvez seja a personagem mais lembrada de quem já leu e se comoveu com o drama. Na história de Marcos, o animal também ganhou maior destaque. Com patas alongadas e finas, alguns modelos se alternam entre tons mais claros e escuros e que conseguem, com facilidade, ser expressivos e característicos, quando nos referimos ao Sertão brasileiro.

 

 Imagem: Reprodução/Instagram @marcosdesertania74

A escultura Cadela Baleia impressiona pela delicadeza alcançada no entalhe da madeira. Essas figuras esqueléticas e compridas são inconfundíveis e se destacam pela dramaticidade e melancolia, ao mesmo tempo que remetem leveza e elegância.

 

 “Minha inspiração sempre veio do povo sertanejo, de como eu vivo aqui, de onde eu morei. Eu vejo o sofrimento do povo de perto”, comenta Marcos.

Atualmente, o mestre Marcos repassa seu conhecimento para os jovens da região, ajudando a despertar uma nova geração de artistas nesse berço de criatividade e originalidade.⁣ ⁣A gente trabalha com canivete, tira da madeira bruta, “Cada um vai fazendo o seu papel”, conta.

 Imagem: Reprodução/Instagram @marcosdesertania74

 

É muito simbólico isso para a gente. Moramos no Sertão, lugar associado à seca, a fome e a gente consegue transformar isso em obra de arte e sobreviver dessa arte. Traz uma grande satisfação e, por outro lado, movimenta a economia. É gratificante porque a gente sabe que o nosso trabalho tem uma razão de ser e contribui para o espaço que ele está inserido. Isso traz uma alegria enorme. A gente consegue transformar essa visão de que o lugar é triste, é seco, e inóspito em uma realidade mais alegre, de futuro”, completa o artesão que, há mais de 30 anos, dedica-se à arte de fazer o Sertão cada vez mais valorizado e bonito.

 Imagem: Reprodução/Instagram @marcosdesertania74

Atualmente, carrega em seu nome a cidade que cresceu, zona rural de Sertânia, que é o cenário e principal inspiração de suas obras, carregadas de simbolismos. Suas peças estão espalhadas em coleções particulares pelo Brasil e exterior e já foram comparadas a Portinari e ao artista plástico e escultor italiano Amedeo Modigliani. Foi reconhecido mestre artesão pelo Governo do Estado de Pernambuco em 2011.

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