Bastidores

Venha conhecer um pouco dessa região incrível e seu lindo artesanato 

O barro é a matéria prima da criação, onde a argila se torna objeto de espanto, encantamento e admiração. As mãos junto ao torno desvelam a forma latente adormecida no punhado de barro. As pinturas rupestres da Serra da Capivara são a inspiração dos artesãos que plasmam nas peças os desenhos conservados por sua terra. Cenas de beijo, parto, caça, animais em movimento são alguns dos temas que se encontram gravados nos sítios arqueológicos da Serra da Capivara.

No processo de produção das cerâmicas, as impurezas são separadas da argila, primeiramente, para depois ser misturado e manipulado com as mãos. Depois, em um movimento quase meditativo, as mãos com delicadeza e precisão vão criando formas com a ajuda do torno. As peças são colocadas para secar e algumas são tingidas com a própria argila, para então serem pintadas e vitrificadas.

Quem cria?

A Cerâmica Serra da Capivara foi fundada em 1992, pela arqueóloga Niède Guidon e hoje emprega cerca de 30 artesãos que moram no entorno do Parque Nacional. É um projeto que procura aliar a preocupação ambiental com o desejo de inclusão social e econômica.

Os artesãos da Cerâmica Serra da Capivara que já detinham o saber da cerâmica manual, aprenderam o ofício de produção de cerâmica de alta temperatura com ceramistas italianos e japoneses na escola da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham). Hoje, os ex-alunos da Escola de Cerâmica da Fundham ensinam o ofício para os mais jovens, passando a tradição às próximas gerações.

A cerâmica produzida possui certificações do meio ambiente, pois seu manejo é consciente, não havendo prática de escavação do solo. Desde o início do projeto, a argila é retirada de modo que os barreiros são desassoreados. Além disso, o processo de queima das peças é feito a gás e não a lenha.

Onde criam?

No povoado Barreirinho, zona rural do município de Coronel José Dias, próximo à área de conservação a Serra da Capivara. No meio da praça central, a Igreja é rodeada por casas simples enraizadas no solo seco e avermelhado que nos meses de verão sustentam apenas o mandacaru, cactácea nativa do Brasil.

Apesar da Serra da Capivara estar muito associada ao município de São Raimundo Nonato, Coronel José Dias abarca uma área maior da unidade de conservação, estando mais próximo a importantes pontos de visitação do Parque, como a Pedra Furada e a Serra Vermelha. O turismo é, assim, a principal atividade econômica da região, acompanhada pela produção agrícola, principalmente de feijão, milho e mandioca. Também a pecuária está presente com galináceos, bovinos, equinos, muares, suínos, ovinos e caprinos.

O parque, criado em 1979, é resultado da atuação da arqueóloga Niède Guidon que hoje dirige a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), instituição responsável pelo manejo e pesquisas do parque. Declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1991 e reconhecido como patrimônio nacional, em 1993, o parque é uma das poucas unidades de conservação do Brasil destinadas à preservação da caatinga. Além da “floresta branca”, a Serra da Capivara conserva milhares de pinturas rupestres, testemunhas da presença ancestral dos habitantes da região na pré-história. Mesmo com sua importância ambiental, histórica, cultural e social, o Parque sofre pressões por parte das atividades econômicas extrativistas e do agronegócio. Parte do material recolhido da região faz parte do acervo da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), idealizado por Niéde e mantido com verbas do governo francês, do japonês e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), entre outras instituições.

 

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